terça-feira, 8 de setembro de 2009

NaruHina - Capitulo III, IV, V e VI

Como esse meu final de semana fooooi super corrido, com trabalho, saideiras, animecon, churrasco, fiquei 3 dias sem postar, então por isso vou jogar logo de vez os 4 capitulos seguintes.

Capitulo III – O primeiro passo é o mais difícil

- Mãe, já vou embora.
- Vá com Deus minha filha.
Sakura calçou as botas, pegou o estojo com medicamentos que estava em cima da mesa e abriu a porta. O dia ainda estava amanhecendo, mas já fazia um pouco de calor, afinal era verão. As chuvas tinham dado uma trégua e o céu exibia um azul límpido. A garota teve a impressão que o tempo refletia seu estado de espírito. Depois de anos de angustia e sofrimento, finalmente ela e Sasuke haviam se entendido. Parece que somente após três anos que Orochimaru e a Akatsuki foram derrotados, ela havia conseguido abrir os portões do seu coração do seu amado. Afinal, depois de tanto sofrimento e isolamento era difícil para Sasuke tentar seguir a vida novamente. Mas eles tinham dado um importante passo no dia anterior. Estavam namorando! A vontade dela era ir dançando até o hospital de Konoha! Quando saiu de casa e começou a caminhar alegremente, ouviu uma voz que a chamou hesitante.
- Haruno-san...
- Oh! – exclamou Sakura – Hinata? Que surpresa! Nunca vejo você por aqui...
- É...um pouco distante da minha casa, mas – Hinata parecia constrangida e falava encostando os dedos um no outro – eu gostaria d-de f-falar com v-você... É possível?
- Claro que sim! Estou indo trabalhar lá no hospital. Você pode ir andando comigo enquanto fala, que tal?
Hinata fez que sim e acompanhou Sakura. Mas já estava arrependida de ter vindo. Era constrangedor demais pedir o que ela queria. Sakura, notando seu desconforto, decidiu ela mesma iniciar a conversa.
- Hum...você queria alguma coisa comigo Hinata?
- B-Bem... – começou ficando um pouco vermelha – É sobre o Naruto-kun...
- Sobre o naruto? – a expressão de Sakura então tornou-se assustadora – Ele andou aprontando com você? Quer que eu quebre ele? – indagou estalando os dedos.
- Não Haruno-san! Não é isso! – apressou-se em dizer – É que já que o Naruto-kun vai fazer a prova para virar jounin, eu...
- O QUE?! O NARUTO VAI VIRAR JOUNIN?!
- Ué, não sabia? – perguntou Hinata surpresa.
- Não, ele não me falou nada – Sakura fez uma cara pensativa – Se bem que ontem minha mãe me falou que ele esteve lá em casa...deve ter ido para me dizer. – e dando um grande sorriso – Estou feliz por ele, afinal não é sempre que é permitido que um genin vire jounin sem antes prestar o chunin.
- Mas ele ainda vai fazer precisar fazer uns testes de habilidades e entre eles um escrito, então e-eu me ofereci p-para ajuda-lo a estudar s-sabe meio que como professora. Aí eu gostaria de perguntar a você sobre..er...bem...qual o nível do Naruto-kun, já que vocês fazem parte de um mesmo time e...
- Nível?
- Sim, t-tipo, o quanto ele sabe sobre teorias e...
- Nada.
- Como?
- Nada. O Naruto não sabe de nada.
Hinata parecia meio confusa.
- Hinata, o Naruto é um grande idiota, imbecil, tapado, burro, ignorante e semi-analfabeto. Tudo que ele sabe foi aprendido na prática, que ele conseguiu errando. E errando muito. Você lembra da academia né? Continua da mesma forma. Nem Kakashi-sensei, nem Jiraya-san conseguiram modificar isso. Mas na faça essa cara – acrescentou ao ver a perplexidade de Hinata – não estou dizendo que ele é uma má pessoa. Você sabe tanto quanto eu que o Naruto é uma pessoa maravilhosa e um grande amigo. Um jumento, mas um jumento legal.
Era difícil acreditar no que Sakura dissera. Seja pelo ar risonho que ela mantinha enquanto falava, seja pela idéia que a própria Hinata fazia de Naruto. Sabia que ele tinha dificuldades no estudo, mas chama-lo de semi-analfabeto era um exagero em sua opinião. Mas preferiu não falar nada a esse respeito. Iria fazer de seu modo para medir o conhecimento dele. Estava decidida a ajudá-lo!
- Não me interprete mal Hinata. – falou com doçura – Eu adoro o Naruto. È que ele nunca foi muito de estudar, isso deve se reconhecer. Adorei sua iniciativa de querer ajudá-lo. Eu mesma faria isso, mas – ela ficou corada – devo dar muita atenção ao Sasuke agora, já que estamos namorando... e tem o trabalho no hospital também.
- Entendo. Parabéns por você e o Uchiha-san. Torço para que vocês sejam muito felizes, Haruno-san.
- Obrigada. Mas... E você e o Naruto? Você gosta dele, certo?
O coração da garota quase pulou pela boca. Seu rosto começou a corar numa velocidade surpreendente e ela teve vontade de sair correndo dali.
- E-Eu n-n-não s-sei do-do que v-você e-está falando, H-Haruno-san...
- Ora Hinata, eu não sou boba. Sempre reparei que você ficava diferente quando o via. Além do mais, suas ações meio que te denunciam sabe? Veja: mesmo tendo que treinar um time você se oferece para ajudá-lo, vem até minha casa ainda amanhecendo para saber sobre ele e – aponta para a mochila de Hinata – posso ver alguns livros da academia em sua bolsa, imagino que são para Naruto... Só me tire uma dúvida: por que você não procurou o Kakashi-sensei e perguntou a ele?
- Bem... Ele é um pouco assustador...
- Assustador?! O Kakashi-sensei? Nada! – disse Sakura rindo – Ele ta mais para um pervertido... É foi melhor você ter me procurado mesmo...
O hospital de Konoha surge em frente às duas. Mesmo àquela hora ele já apresentava um constante movimento de ninjas-médicos e enfermeiras.
- Bem chegamos! - falou – Foi bom conversar com você Hinata! Nem nos tempos da academia trocamos tantas palavras, né?
- É... Bem, Haruno-san, obrigada – agradeceu se curvando.
- Ah, não tem o que agradecer. E pode me chamar só de “Sakura”, ok?
- Claro Haru...digo Sakura. Até mais.
- Tchau. E, Hinata? – chamou quando a garota havia dado alguns passos.
- Sim? – ela virou para responder.
- Boa sorte com o Naruto. – acrescentou maliciosamente piscando o olho.
“Decididamente eu não deveria ter vindo aqui” pensa Hinata se distanciando sem coragem de olhar pra trás novamente.
“Que lindo” pensou Sakura vendo Hinata ir embora rapidamente “Espero que aquele idiota veja o que está bem embaixo do nariz dele”.

**********
Naruto estava ansioso. Ia ter a sua primeira aula com Hinata aquela tarde. Ela havia mandado um de seus alunos avisa-lo quanto ao horário e o local das aulas.
- Às três horas na Biblioteca de Konoha. – havia falado Makoto parecendo desgostoso quanto à “missão” que fora encarregado – e leve caderno e lápis.
Como fazia muito tempo, mas muito tempo mesmo que ele não estudava, antes de ir encontrar sua nova professora, passou pela livraria para providenciar o material.
- Oh, Naruto! – exclamou o dono da loja ao vê-lo entrando – Meu freguês favorito! Você ficará feliz ao saber que chegou aquela coletânea de hentai que você tanto esperava!
- Sério? Er..quer dizer..hoje não. Vou levar apenas um caderno e um conjunto de lápis e borracha, por favor.
- Caderno? – estranhou o homem – De desenho?
- Não, não. Caderno mesmo. De estudar.
- Hã ...caderno de estudar...certo...tá aqui.
- Valeu tio.
- Mas me tire uma duvida. Por que você tá comprando um caderno, Naruto?
- É que eu vou fazer uma prova para virar jounin! – falou estufando o peito –Então tenho que estudar.
- Oh, que bela atitude! Estou orgulhoso de você. Porém, todo estudante deve se divertir, então – ele tirou uma grossa revista de trás do balcão – não quer mesmo levar essa coletânea de hentai? – indagou num tom malicioso.
Era tentador. Mais de cem páginas de puro hentai! Não dava para resistir.
- Ok, eu levo também. Mas embrulha bem. Não quero que a Hinata veja.
- Hinata? A menina dos Hyuuga?
- Sim. Ela quem vai me ajudar a estudar.
- Hum... Tirou a sorte grande,hein rapaz? Ela é uma gracinha. – disse piscando o olho.
- Pô, tio! Ela é só uma amiga. Vai me ensinar só isso. – ele tirou Gama-chan do bolso e pagou tudo, mas estranhamente evitou os olhos do outro.
- Pronto. Caderno e lápis numa sacola e hentai em outra. Ah, acrescentei um brinde ai junto com a revista... Nunca se sabe, né?
- Um brinde? Hã ...valeu tio.
Agora, depois de comprado o material, Naruto apressou o passo para não chegar atrasado. Sempre detestou as desculpas esfarrapadas de Kakashi e não pretendia aderir a esse método. Ele chegou pontualmente às três na biblioteca e ficou surpreso ao ver que Hinata já o esperava na frente do prédio.
- Boa tarde Hinata! – cumprimentou alegremente.
- Boa tarde, Naruto-kun... – respondeu timidamente – Vamos entrar?
-Claro! Estou ansioso para começar! Mas tenha um pouco de paciência comigo... Estou há algum tempo sem estudar, sabe...
Automaticamente, veio a mente dela as palavras que a Sakura havia dito àquela manhã. Mas procurou afasta-las de sua mente. Não queria a opinião de terceiros naquele momento. O importante era que ela conseguisse que ele fosse aprovado naquela prova.
Havia algum movimento na biblioteca àquela hora, principalmente de alunos da academia. Naruto se impressionou com a quantidade deles. Havia muitas crianças na vila agora.
- Nossa, ta cheio. - falou ele rindo.
- Vamos mais lá no fundo.
Eles se acomodaram na ultima mesa, um de frente para o outro. Tendo o cuidado de deixar a sacola com a coletânea de hentai bem longe da vista de Hinata, Naruto tirou o caderno e o estojo de lápis colocando tudo em cima da mesa.
- Bem... – começou Hinata – Acho bom nós, antes de tudo, medirmos seu nível de conhecimento, para saber por onde começar. Por isso eu elaborei uma prova de conhecimentos básicos para você. Algum problema?
- Claro que não – falou ele, mas sem muita convicção – Você é a professora, você que manda.
- A propósito, quando será a prova? – lembrou de perguntar.
- Recebi o bilhete de um anbu que será daqui a quatro semanas.
O estômago dela se revirou. Bem próximo de seu aniversário.
Hinata entregou a prova a Naruto e esperou. Meia hora depois, ele a devolveu timidamente e passou a olhar pro chão como se fosse a coisa mais interessante do mundo. O motivo estava claro: metade das questões estava em branco e das que estavam respondidas, apenas uma estava correta. A pergunta era “O que é chakra”. Naruto parecia extremamente constrangido.
- Acho que vamos ter que começar nossa revisão pelo básico, né? Vou fazer um pequeno roteiro para essa semana.
A voz dela não tinha nenhum tom desapontado ou reprovador, reparou ele. Pelo contrário, ela sorria e parecia não se importar com o fato de estar diante de um ninja que não sabia a diferença entre ninjutsu e genjutsu (uma das questões da prova que ele errou, havia trocado os conceitos). Ela começou a rabiscar tranquilamente alguma coisa no caderno dele. Parecia disposta a ensiná-lo desde o começo mesmo, já que pegou o livro “Introdução aos conceitos de Chakra” e começou a folheá-lo. Naruto ficou apenas olhando enquanto Hinata fazia suas anotações. E foi reparando na forma suave de seus movimentos, que algo veio, involuntariamente, a sua cabeça.
“Até que o tio tinha razão. Ela é uma gracinha...”.
Não demorou para Hinata terminar o que estava escrevendo. E reparou que Naruto a olhava com um olhar estranho, pensativo.
- Algum problema Naruto-kun?
Ele se surpreendeu com o fato dela ter notado seu olhar e ficou extremamente sem jeito de ter sido pego enquanto pensava nela. Corando um pouco e coçando a cabeça, ele respondeu constrangido:
- Não é nada não...
- Ah ta... Bem preparei um roteiro simples, olhe.
Naruto pegou seu caderno e viu que ela havia distribuído os assuntos de acordo com os dias da semana:

1ª SEMANA – REVISÃO DOS CONCEITOS BÁSICOS:
1º dia: Definindo o Chakra
2º dia: Entendendo a estrutura da Vila de Konoha
3º dia: Vilas e Kages: História geral
4º dia: Ninjutsu, Genjutsu e Taijutsu – Conceitos e Teorias.
5º dia: Ferramentas de um ninja: da Kunai dos genins à espada dos anbu
6º dia: Linhagens sangüíneas: o que são e como funcionam

- Isso é o básico que vemos no inicio da academias – explicou Hinata – Vamos ver essa semana apenas isso. Semana que vem te entrego o próximo roteiro mais avançado e assim por diante. Nos três dias anteriores ao teste, veremos os pontos mais prováveis de serem cobrados na sua prova. Hoje, o 1º dia, como você pode ver, falaremos apenas de chakra. Alguma dúvida?
- Sim. Por que você colocou só seis dias aqui? A semana tem sete.
- Achei que você fosse querer um dia de folga...
- Que nada! Se você não tiver nenhum problema, eu quero estudar todos os dias! Eu preciso passar nessa prova!
Rindo com a determinação dele, Hinata falou:
- Por mim não tem nenhum problema. – e pegando o caderno dele acrescentou “7º dia: revisão” – Pronto assim teremos um dia só para revisar.
- Ótimo! Então vamos começar! – ele arregaçou as mangas da jaqueta – Manda essa definição de Chakra aí que eu tô empolgado!
O estudo durou até às seis da tarde, hora que a biblioteca fechava. Para surpresa e contentamento de Hinata, ele “pegou” o conteúdo bem facilmente e parecia não ter dúvidas quanto a isso. Quando ela o elogiou, Naruto se limitou a dizer:
- Bem, de chakra eu entendo. Afinal, tenho dois!
Após o fim da aula, Naruto guardou cuidadosamente seu material na mochila e já se encaminhava para a saída, quando Hinata o chamou:
- Naruto-kun, você esqueceu sua sacola.
E veio na direção dele segurando a sacola com a coletânea de hentai. Naruto ficou pálido. E se ela visse o conteúdo da sacola, o que pensaria dele?! Mas para seu alívio, Hinata apenas lhe entregou o pacote.
-A-Ah, obrigado.
- De nada.
Naquele momento, um grupo de alunos barulhentos passou correndo por eles em direção à saída. Um deles esbarrou acidentalmente em Hinata, empurrando-a na direção de Naruto. Ele bem que tentou segura-la, mas acabou tropeçando também. Na tentativa de segurar nele para evitar a queda, Hinata acaba enroscando os dedos na sacola e, sem querer, a rasga. Os dois caem no chão um por cima do outro.
- AIAI, QUE BANDO DE MAL-EDUCADOS! – esbraveja Naruto - Você está bem Hinata?
- S-Sim, eu só... – suas mãos na busca de apoio para se levantar encontraram um pacotinho estranho – ué, o que é.... – e perdeu sua fala no meio da frase.
- O que você estava dizendo?
Naruto olha para ela e fica perplexo. Hinata está vermelha como um pimentão, olhando para as mãos onde segurava... Uma CAMISINHA que estava junto com a coletânea de hentai.
“Então esse era o brinde?!” pensou Naruto horrorizado “Velho sem-vergonha, ele vai ver só... mas e agora, o que eu faço?!”
- AHHHH – ele gritou se levantando de um pulo e derrubando Hinata de seu colo – Não é nada que você estar pensando! Isso não é meu! – ele fala desesperado – Isso é de... de...de...
Atraídos pelo barulho, Kakashi e Gai que estavam passando ali naquela hora se aproximam da inusitada cena.
- Yo! – cumprimenta Kakashi – O que está acontecendo aqui?
Naruto tem uma idéia salvadora.
- É, isso não é meu Hinata! É do Kakashi-sensei! – e tirando a revista e a camisinha da mão dela, que ainda está no chão em choque entrega a Kakashi – Feliz aniversário sensei!
- Hahá! Você faz aniversário e nem fala aos amigos! – vociferou Gai – Já sei! Você quer me deixar de fora da bebedeira e cair na farra sozinho né?! De forma alguma permitirei isso!
Kakashi parecia confuso.
- Mas não é meu... – foi então que olhando bem para Naruto que parecia desesperado, para Hinata que, ainda no chão, começava a se recuperar e para o time camisinha + coletânea de hentai, compreendeu a situação – Oh, obrigado por lembrar! Vou guardar com todo carinho! – e põe alegremente o pacote na sua bolsa ninja.
Naruto ficou desolado com a situação. Sabia que nunca mais veria aquela revista. “Dinheiro perdido” ele pensa “Mas pelo menos a Hinata não pensa que sou um pervertido”
- Vamos Kakashi! – bradava Gai – Vamos comemorar seu aniversário bebendo muito sakê! Por minha conta!
- Oh! É claro! E Naruto, obrigado mesmo! – disse piscando o olho e saiu sendo arrastado por Gai.
“Kakashi-sensei maldito!” pensou Naruto.
De pé e já recuperada do vergonhoso episódio, Hinata bate o pó que ficou na sua roupa.
- Errr...te espero amanhã às três aqui novamente Naruto-kun – falou evitando olhar pra ele. – Boa noite. – acrescentou se curvando.
- Boa noite, Hinata. E desculpe por tudo.
Mas ela já estava distante demais, e não viu o pequeno sorriso que surgiu no rosto dele. Sim, definitivamente o tio da livraria tinha razão. Hinata era uma gracinha.





Capítulo IV – Vamos! Avante!

- Perguntas?
Então, deixe eu ver se entendi. As linhagens sangüíneas avançadas são genes dominantes?
- Sim.
- Significa que se você, Neji ou o Sasuke tiverem filhos, mesmo que não seja com pessoas do clã, as crianças herdaram as linhagens?
- Exatamente. No meu caso e do Neji, o Byakugan. No de Sasuke-san, o Sharingan.
- Hum... – Naruto coçou a cabeça – Acho que entendi. Mas tire uma dúvida: e o Sharigan de Kakashi-sensei?
- Bem – Hinata ajeitou os papéis – o Sharingan de Kakashi-san não é hereditário, ele foi adquirido no decorrer da vida dele. Então, os filhos dele não terão Sharingan.
- Ah, certo.
Naruto estava conseguindo compreender tudo até agora para alivio de Hinata. Apesar de ser coisas muito básicas que ele já havia ouvido falar, ela conseguiu aprofundar as teorias que eram muito importantes para os assuntos que viriam depois. Mas ela estava receosa com relação ao tempo. No ritmo que estavam talvez não houvesse tempo para abarcar tudo que era necessário. Pelo menos não se continuassem a estudar apenas três horas por dia. Naruto já parecia ter percebido isso também. No segundo dia ele perguntara:
- Por que não podemos chegar mais cedo, Hinata?
- Eu tenho que treinar o time três lembra? Isso consome toda manhã e um pedaço da tarde. – respondera sem jeito.
Ele não havia tocado mais assunto. Para incentivá-lo a estudar, Hinata fez pequenos livrinhos com os resumos mais importantes. Pelo que ela soube, ele sempre estava com eles no bolso ou lendo.
Mas o ritmo estava cansando muito seu corpo. Ela acordava antes do sol nascer para treinar com Neji (uma exigência de seu pai), em torno das oito se reunia com o time e treinava com eles até umas duas. Só tinha tempo de ir em casa, tomar banho e voltar correndo para ensinar a Naruto. Quando chegava em casa, mais uma sessão de treino, dessa vez com sua irmã, Hanabi. Acabava ir dormir sem jantar, por que ia preparar a aula do dia seguinte. O bom disso tudo, é que dormia tão profundamente que não se acordava mais durante as noites em suas crises. Nem tinha o que vomitar já que quase não tinha tempo de comer. Mas ela estava feliz. Sentia-se necessária e podia ficar mais perto dele.
- Bem, acabou a revisão. – anunciou quando o relógio bateu seis horas – Está pronto para começar o mais estudo pesado amanhã?
Naruto sorriu.
- Com uma professora como você, Hinata, não tenho por que me preocupar.
Ela sentiu seu rosto corar, mas consegui dar um sorrisinho nervoso. Estava conseguindo ficar mais a vontade com ele, também.
- Ahãm – pigarreou o bibliotecário – Hora de fechar.
- Chato... – resmungou Naruto quando iam saindo da biblioteca – Vovó Tsunade deveria deixar essa biblioteca funcionando 24 horas....
O movimento do prédio estava pouco naquela hora. Apenas alguns retardatários, como eles, deixavam o local.
- Ei, Hinata! Quer comer um ramen comigo lá no Ichiraku? Por minha conta!

- Eu adoraria - disse sinceramente – Mas tenho que voltar para casa.
- Ah, que pena. Fica pra próxima.
Eles se separam na metade do caminho, Naruto seguiu para a barraquinha de ramen e Hinata para a casa. A casa principal dos Hyuuga ficava um pouco afastada da aglomeração da vila, tinha uma grande extensão. Lá não morava apenas ela, o pai e a irmã, mas todo o clã Hyuuga morava no mesmo local. Era como se fosse uma pequena vila dentro de Konoha. Pela ultima contagem que fora feita, existiam no clã Hyuuga em média de 250 pessoas. Um verdadeiro exército de Byakugan. Mas nem todos eram iguais. Alguns manifestavam habilidades enquanto outros apenas viam o chakra. Nem todos Hyuuga se tornavam ninjas também. Muitos apenas faziam as tarefas normais. É claro que os ninjas eram os mais respeitavam, não havia dúvida. E o líder do clã obrigatoriamente deveria ser ninja. Era isso que estava destinado para ela.
Absorta em seus pensamentos, Hinata não percebeu a aproximação de uma pessoa que já a seguia há algum tempo, mas que se revelou tão logo ela adentrou nos domínios dos Hyuuga.
- Hinata-san!
A voz trouxe um sentimento de nostalgia e saudosismo para ela.
- Iruka-sensei! Que surpresa!
Iruka se aproximou mais de Hinata, sorrindo.
- Como vão as coisas Hinata? Vejo que você cresceu bastante. Em breve fará dezoito anos, se não me engano.
A menção de seu aniversário a deixou um pouco desconfortável e Iruka percebeu isso.
- Algum problema? – indagou preocupado.
- Não, de forma alguma sensei. – apressou-se em dizer – apenas surpresa por vê-lo aqui...
- É mesmo. Eu nunca venho para esses lados. Mas eu precisava falar com você. Sobre o Naruto.
- Sobre o Naruto-kun?
- Sim.
- Gostaria de me acompanhar até minha casa? Podíamos tomar um chá.
- Bem, eu não quero incomodar.
- Não será incomodo. Venha.
O caminho da entrada da propriedade até a casa principal era um pouco longo e preenchido com casas de outros Hyuuga. Iruka olhava tudo com um sincero interesse. Percebendo a curiosidade do antigo professor, Hinata perguntou:
- É a primeira vez que entra aqui sensei?
- Sim, a primeira. Nunca tinha tido essa oportunidade antes.
A verdade era que o clã Hyuuga tinha a fama de serem péssimos anfitriões, e não querer ninguém de fora andando por suas propriedades. Mesmo acompanhando de Hinata, ele percebeu alguns olhares hostis à sua passagem. Talvez não tivesse sido uma boa idéia aceitar o convite dela.
- Hã..Hinata? Será que não podíamos conversar aqui mesmo. O assunto é rápido e eu não quero atrapalhar suas obrigações...
- Não irá atrapalhar sensei. Estou muito feliz de você ter vindo.
“Ao contrário dos outros da sua família” pensou ele.
A casa principal era enorme. Logo que chegaram, Hanabi veio em direção a Hinata com um semblante de raiva.
- Você está atrasada de novo! O que você faz tanto que não consegue chegar cedo? Está com medo de perder pra mim de novo? – acrescentou com um sorrisinho maldoso.
- Olá, Hanabi – cumprimentou Iruka sem jeito.
- Oh – exclamou a garota – Iruka-sensei...o que faz por aqui?
- Na verdade eu já estava de s...
- Ele veio me visitar Hanabi. – respondeu áspera Hinata – Se comporte como uma boa menina enquanto eu resolvo uns problemas de adulto com o sensei, certo? E nada de ouvir atrás da porta. Agora nos dê licença.
Hinata levou o surpreso Iruka até a sala de estar e preparou um chá para os dois.
- Nossa Hinata, eu nunca vi você tratar alguém daquela forma. – comentou ele rindo.
- Minha irmã esta muito mal acostumada como você mesmo viu sensei – comentou ela com a voz triste – só consigo fazer ela me ouvir daquela forma. Se tratá-la bem, ela pisa em mim. “Mas pagarei por minha insolência mais tarde” pensou triste. – Mas me diga sensei, você queria falar comigo sobre o Naruto-kun?
- Você está ensinado a ele, não é mesmo?
- Sim, eu tenho ajudado ele a estudar.
- O Naruto nunca foi de estudar, acho que você já percebeu. Mas eu venho reparando que dessa vez ele parece motivado a aprender, e isso me deixa muito satisfeito. Então eu queria saber, como ele está se saindo com você?
- O Naruto não é esse aluno mal que já me disseram. Ele até aprende rápido dependendo da matéria.
- Sério? Então você é uma ótima professora, para fazer ele se interessar.
Hinata fica vermelha diante do elogio.
- Não é mérito meu. Ele está se esforçando. Só estou com medo de que não dê tempo fazer tudo que eu tinha previsto...
- Por quê?
- O tempo é curto. Tenho que treinar com o time três e sobra somente três horas para ajudar o Naruto-kun.... Gostaria de ter mais tempo para ficar com ele. Ensinado, lógico. – acrescentou rapidamente.
Iruka sorriu.
- Que bom que existe alguém que se preocupe tanto com o Naruto. Ele precisa disso. De alguém que goste sinceramente dele.
Hinata abriu a boca para falar algo sobre o comentário de Iruka, mas é interrompida pela chegada de seu pai. Iruka imediatamente se levanta.
- Boa noite, Hyuuga-sama.
- Ora, ora, temos visitas – falou Hiashi Hyuuga em um tom nada agradável – é uma pena que ele tenha que se retirar, afinal você deve treinar com sua irmã, Hinata.
Um rubor imenso atinge o rosto de Hinata. Percebendo que aquilo foi uma ordem para se retirar o mais rápido possível, Iruka fala:
- Até depois Hinata. E obrigado pelo chá – e sem esperar pela resposta da garota sai da casa.
Hiashi espera até que Iruka tenha se afastado da casa para falar:
-Você está perdendo tempo demais com coisas que não tem valor. Em vez de ficar conversando sobre inutilidades, vá treinar com Hanabi e tentar melhorar, se é que isso é possível. Afinal o dia de sua posse está perto, para infelicidade do clã.
E retirou-se do ambiente não dando importância para as lágrimas que rolavam no rosto de sua filha.
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Iruka estava preocupado. Pelo que Hinata falara, não daria tempo de deixar Naruto a par de todo conteúdo necessário para a prova de jounin. Não tinha como ele próprio ensinar o Naruto por causa da academia, e nem precisava porque ela estava fazendo um ótimo trabalho. Tinha plena consciência que Naruto não tinha capacidade de estudar sozinho. Se ao menos tivesse como Hinata e Naruto passarem mais tempo juntos...
Foi então que Iruka teve uma idéia. Mudando de curso, em vez de ir para casa tomou o curso do escritório da Hokage.
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Hinata caminhava como um fantasma naquela manhã. Seu pai, na noite passada após a saída de Iruka, havia submetido-a a um verdadeiro suplício físico e mental durante o treino. Estava esgotada. Para piorar, as crises de vômito voltaram mais fortes que antes durante a madrugada e seu esôfago ardia pelo esforço repetitivo, tanto que, nem ao menos tomara o café da manhã.
“Se eu sobreviver a hoje, sobreviverei a qualquer coisa” pensou.
Como de costume ela chegou ao local de treinamento bem antes de seus alunos. Sentou em uma pedra e começou a mastigar uma erva medicinal que tinha encontrado durante o percurso. Shino uma vez a ensinara que aquela planta ajudava em problemas estomacais. E realmente sentiu um alívio refrescante quando engoliu a pasta amarga.
O trio chegou um pouco depois, todos juntos. Yumi e Suzumi vinham alegres, mas Makoto ainda bocejava e parecia irritado, como sempre.
- O que vamos aprender hoje? – ele já chegou perguntando.
- Bom dia para você também Makoto. – falou rindo – Hoje vocês aprenderão a fazer armadilhas.
- Oba!!! – exclamaram as meninas.
- Que chato. – resmungou Makoto – Não tem algo melhor?
As meninas começaram a dar cascudos no garoto, mas a professora não ficou chateada com as palavras dele. Já se acostumara a seu mal-humor.
- Bem – disse Hinata se levantando – vamos começar.
A aula, porém, mal havia se iniciado quando foi interrompida por alguém.
- Hyuuga Hinata.
Era um anbu. Estava com a tradicional máscara de animal usada por todo esquadrão, mas reconheceu a voz como sendo a de Uchiha Sasuke.
- A Hokage a convoca junto com o time três para se apresentarem em seu escritório. Imediatamente.
- Certo.
Eles guardaram o material e acompanharam Sasuke até onde Tsunade os aguardava.
- Oba, tomara que seja uma missão de rank S! – exclamou Makoto.
- Você não tem capacidade nem de participar de uma de rank D. – alfinetou Suzumi.
- Quietos! – reclamou Yumi – Estamos chegando.
Como o escritório estava cheio então eles tiveram que esperar para serem atendidos.
- Time três – começou Tsunade quando finalmente os atendeu – tenho uma missão de extrema importância para vocês.
- O que é? – perguntou Makoto animado – Espionar um daymio rival? Capturar um ninja do Bingo Book?
- Na verdade, estou precisando que vocês cataloguem os livros novos da biblioteca.
- O QUÊ?????? – exclamaram os três.
- Desde quando isso é importante?! – perguntou o garoto irritado.
- Ora, você estará contribuindo para a vida intelectual de Konoha! Quer honra maior? – exclamou a Hokage rindo – Agora vocês põem ir, o chunin responsável pela biblioteca irá mostrar o trabalho a ser feito. Mas, Hinata, espere um pouco quero falar com você a sós.
Quando o time saiu da sala, Tsunade olhou para Hinata, sorridente.
- Admiro sua iniciativa de ajudar o Naruto, Hinata.
A garota corou um pouco diante do elogio e falou:
- Eu apenas quero ajudá-lo...
- Por isso designei seu time para trabalhar com os livros. Estando na biblioteca o dia todo, você poderá ensinar ao Naruto mais tranquilamente.- E soltando uma risada completou – Mas parece que quem não gostou foi o seu time!
- Obrigada, Tsunade-sama! –Agradeceu sinceramente Hinata – não sei como agradecer.
- Agradeça garantindo que Naruto passe nessa prova. Por mim eu teria dado o título a ele sem essa cerimônia toda, mas os conselheiros acharam que já estávamos quebrando regras demais permitindo que um genin fizesse a prova para jounin.
- Entendo. Me esforçarei bastante Tsunade-sama!
- Agora pode ir e avise àquele moleque que ele terá aulas em período integral.
Quando Hinata deixou a sala muito contente, Iruka, que estava camuflado no fundo da sala, apareceu.
- Obrigado Tsunade-sama, por atender meu pedido.
- Não tem de quê, Iruka. Mas quero lhe avisar uma coisa: acho que essas aulas não renderão apenas estudos! – e caiu na risada enquanto Iruka a observava sem entender o significado daquelas palavras.




Capítulo V – Eu me preocupo com você

- Droga, droga e droga! – Makoto chutou uma latinha de refrigerante que estava no chão – Que droga de missão!
- Confesso que fiquei surpresa, – observou Yumi – não é uma missão muito comum...
- Mas pelo menos será tranqüila. – comentou Suzumi satisfeita – Melhor do que ta no meio do mato atrás de animais de estimações de senhoras gordas e feias.
- Mas eu sei a razão de tudo isso... – comentou o garoto mal-humorado.
- Qual? – perguntaram as garotas em uníssono.
- Nossa sensei. Ela é muito fraca e inútil. Por isso não nos dão missões boas...
- Tenha cuidado com suas palavras quando falar da Hinata... – reclamou uma voz irritada.
Naruto surgiu em frente ao time três com uma expressão nada satisfeita e segurando a latinha que Makoto chutara.
- E tome cuidado também com o que chuta por ai, pirralho. – acrescentou colocando a latinha no lixo – Pode machucar alguém.
Makoto fez uma cara de desdém para Naruto.
- Quem você pensa que é para falar assim comigo?
- Ele é Uzumaki Naruto. – respondeu Yumi – Ele salvou a vila da organização Akatsuki três anos atrás e resgatou o último dos Uchiha do cativeiro de um dos sanins lendários, Orochimaru. Então você deve respeito a ele.
Naruto se surpreendeu. Nunca alguém falara com tanta reverência a seu respeito. Sorriu feliz para a menina.
- Não me importa quem ele seja! Meu pai não gosta dele, nem eu!
- Seu pai não gosta de ninguém, Makoto. – suspirou Yumi.
- Por isso perdeu o comando da anbu para Uchiha Sasuke. – completou Suzumi.
A expressão do garoto agora era de vergonha e tristeza. Procurando desviar o assunto da conversa, Naruto perguntou:
- Hã... Onde está Hinata?
- Procurando por mim? – ela acabara de chegar.
- Sasuke me disse que a Hokage tinha um assunto comigo, mas quando cheguei, ela me mandou esperar para falar com você. O que é? Algum problema?
Hinata sorriu.
- Nos acompanhe até a biblioteca que conto tudo.
Logo que chegaram à biblioteca, o chunin responsável foi até eles.
- Por aqui, por favor.
Ele os levou até os fundos, onde havia um depósito com vários caixotes contendo livros.
- Tudo isso?! – exclamaram.
- Sim. O trabalho é muito simples. Primeiro, coloquem os livros em ordem alfabética. Depois é só cataloga-los no computador. Ali está ele. – disse apontando para o computador no canto da sala – Só tem um, então vocês devem reversa-lo.
- Demoraremos semanas fazendo isso. – choramingou Makoto.
- Ainda bem que somos quatro. – observou Suzumi.
- Na verdade três. – disse o bibliotecário.
- Como assim? - quis saber Yumi.
- Ordens da Hokage. Apenas o time faz o trabalho. A responsável pelo time tem outra missão, certo Hyuuga-san?
Hinata fez que sim com a cabeça.
- Ótimo. Era só o que faltava!
- Garoto, reclame menos e faça mais. Vocês já deviam ter começado.
Sentindo uma pontada de remorso por ser indiretamente responsável por aquela “missão”, Hinata deixou seus alunos no depósito e voltou à biblioteca onde Naruto a esperava.
- E então, qual assunto?
- Meus alunos receberam a missão de catalogar os livros novos da biblioteca.
- Nossa que missão estranha.
- Eles ficarão pelos próximos dias sempre aqui na biblioteca... Sabe o que isso significa Naruto-kun?
- Hum... – Naruto fez uma cara pensativa – que eles vão ler muito?
Hinata suspirou.
- Significa que poderei ficar com você o dia todo na biblioteca estudando!
Naruto abriu um largo sorriso.
- Isso é muito bom! Com certeza assim dará tempo de ver tudo! Hinata, agora tenho quase certeza que passarei nessa prova!
- Já estou te vendo num colete de jounin! Graças a Tsunade-sama. A idéia foi dela.
- Vou pegar meu material agora mesmo! E aproveito para agradecer a ela! – e saiu correndo.
- Não demore, Naruto-kun. – ela consegui dizer antes que ele sumisse porta afora.
Em seu escritório, Tsunade dava ordens a um grupo de genins.
- A missão é muito simples, vocês devem...
Mas foi interrompida por Naruto que adentrou na sala sem bater na porta e praticamente se jogou em cima dela.
- Obrigado Vovó Tsunade!!! – e lhe deu um sonoro beijo na bochecha antes de sair tão intempestivamente como entrou.
Tsunade passou a mão no local onde o garoto beijara, um pouco surpresa mas extremamente satisfeita.
***********************************
- Pronto para começar a parte mais difícil, Naruto-kun? – perguntou Hinata preocupada tão logo ele chegou à biblioteca com seu material debaixo do braço.
- Sim! Eu to pronto!
- Eu fiz outro roteiro daquele que eu te entreguei no primeiro dia. Mas como agora a gente tem mais tempo para estudarmos juntos – ela corou quando falou isso – eu fiz um pouco maior...
E estendendo a folha, mostrou-a para Naruto.

2ª SEMANA - CONCEITOS AVANÇADOS:
1º dia: Selos parte I: Genjutsu
Selos parte II: Ninjutsu
Selos parte III: Combinando Genjutsu e Ninjutsu com Taijutsu
2º dia: Estudo dos princípios de Taijutsu: corpo-a-corpo
Estudo dos princípios de Taijutsu: cálculos decorrentes de confrontos à distância
3º dia: Ninjutsu e concentração do Chakra
Precipitações do Chakra: o funcionamento do Genjutsu em combate
4º dia: Propriedades essências para a medicina ninja
Venenos e antídotos
5º dia: Surpreendendo o inimigo parte I: táticas de ataques-surpresa
Surpreendendo o inimigo parte II: preparando armadilhas
6º dia: Organizações secretas das Vilas Ocultas: quais são e como agem
7º dia: Revisão
- Então?
- Bem... – Naruto parecia não ter entendido uma palavra do que acabara de ler – deve ficar mais fácil com você explicando né?
Porém, não fora assim. Como Hinata previra, Naruto começou a dar nítidos sinais de dificuldades. Durante toda a manhã, eles mal saíram do primeiro ponto proposto no roteiro.
- Droga! Eu sou muito burro! – exclamou ele desesperado.
- C-Calma, Naruto-kun – pediu Hinata angustiada – Nós só estamos começando...
- Sensei!
O time três veio ao encontro deles parecendo estar muito cansados. Pelo visto, eles haviam trabalhado tanto quanto sua sensei naquela manhã.
- Estamos indo almoçar. – explicou Yumi – Não vai vir conosco? Minha mãe adora quando a sensei vai almoçar lá em casa...
Ela olhou para seus alunos, depois olhou para Naruto que segurava a cabeça entre as mãos, com os olhos fixos no livro.
- Pode ir Hinata. – falou Naruto sem tirar os olhos do livro – Eu vou ficar por aqui.
Mas Hinata jamais teria coragem de deixá-lo ali, sozinho e angustiado do jeito que ele estava.
- Diga a sua mãe que infelizmente não poderei hoje. – falou suavemente – Mas irei na próxima vez com certeza.
- Mas sensei... – começou Suzumi
- Ah, se ela não quer ir, não insista. Vamos logo que eu to morrendo de fome!
- Ouviram o Makoto. Vão logo. Nós vemos à tarde.
Os garotos saíram logo em seguida, apesar de Yumi ter ficado extremamente triste por sua professora não ter ido junto. O chunin responsável também havia ido almoçar. A biblioteca estava vazia, exceto por eles dois.
- Por que você não foi com eles? – estranhou Naruto – Eu poderia me virar sozinho por aqui... Tô acostumado a fazer isso.
- E-Eu achei q-que poderíamos comprar um lanche na máquina lá fora e comer a-aqui mesmo. – ela propôs se sentindo uma idiota – A-Assim poderíamos continuar...
Naruto levantou os olhos do livro e a encarou. Mas Hinata nunca conseguia olhar nos olhos dele por muito tempo. Desviou o olhar e passou a encarar apenas o chão. Um silêncio constrangedor se abateu sobre os dois.
- Por que tanto esforço por mim Hinata? – perguntou ele procurando os olhos dela, que ainda fugiam.
- B-Bem..e-eu...e-eu – “Vamos sua idiota, a hora é agora. Diga a ele o que você sente!” pensava ela – e-eu...eu me preocupo com você, Naruto-kun.Você já me ajudou antes e eu queria retribuir...
Ele continuou tentando fazer com que ela olhasse para ele, mas não conseguia. “Ela está me escondendo algo” notou Naruto pela primeira vez. “Mas melhor não pressionar”.
- Então, que lanche você vai querer? – perguntou ele se levantando.
Na verdade, Hinata não estava com fome. Seu esôfago ainda queimava um pouco, estava se sentindo um pouco enjoada, e tinha medo de comer e vomitar tudo depois.
- Pode me trazer qualquer coisa... – murmurou ela tentando parecer desinteressada.
- Ok.
Eles comeram suco com bolinhos na mesa onde estavam estudando mesmo. E continuaram o estudo logo depois. Quando o time de Hinata voltou depois do almoço, eles já haviam passado para o segundo assunto e, quando o relógio já passava das cinco, haviam terminado o terceiro com muito custo.
- Naruto-kun... – chamou Hinata timidamente – Desculpe se exigi demais... – pediu olhando para o semblante cansado dele.
- Deixe disso, você não tem por que se desculpar. A culpa é minha por não ter sido um bom aluno desde pequeno. É um castigo. – sentenciou ele infeliz.
- E-Eu prometo que m-me esforçarei mais para te ajudar, Naruto-kun! – falou ela ficando totalmente vermelha.
- Eu prometo que passarei nessa prova! – bradou Naruto.
- E eu prometo que mato os dois se não pararem de falar alto dentro da biblioteca. – falou o chunin responsável olhando feio para os dois.
- Certo, certo... – resmungou o garoto.
Hinata só então olhou o relógio e percebeu que eram quase seis da tarde.
- Nossa, já fazem quase dez horas que estamos aqui! – surpreendeu-se ela falando baixinho para o bibliotecário não reclamar novamente com eles.
- Eita, é mesmo! Está na hora de irmos.
- Sim...mas antes...N-Naruto-kun...pegue este resumo... – e ofereceu a ele um caderninho de bolso com o nome “1º dia” escrito na capa – Para ler em casa...Já que parece que os outros foram úteis...
- Puxa e como foram! Já li eles umas cinqüenta vezes!!! Hã...tá talvez não cinqüenta, mas muitas vezes!!! Obrigado, Hinata. – e pegou o caderninho.
Pronto, já concluira sua parte naquele dia. Ele, apesar de todas as dificuldades, havia terminado aquela parte e estava com o resumo para estudar em casa. Ela já podia voltar para casa e recomeçar os treinos com sua irmã. Não era um pensamento muito animador, mas somente com a certeza de que, no dia seguinte, ela ficaria perto de Naruto novamente, lhe dava a sensação que poderia enfrentar aquela noite sem medo. Recolheu suas coisas, guardo-as e se levantou para ir embora. Quando Hinata percebeu que não estava se sentindo bem, pensou em pedir ajuda, mas sua voz misteriosamente não saia. A sala começou a girar loucamente sobre sua cabeça e ela teve a sensação do chão ter sido retirado debaixo de seus pés. Sua vista escureceu rapidamente e ela nem ao menos teve tempo de chamar por Naruto antes que perdesse a consciência.
Naruto estava de costas para Hinata guardando o caderninho que ela tinha lhe dado, quando ouviu um baque surdo no chão. No primeiro momento achou que ela havia derrubado seus livros e quando se virou para oferecer ajuda, perdeu toda sua ação. Hinata estava caída sobre o piso, com os cabelos escuros emoldurando sua face pálida e respirando com dificuldade.
- HINATA! – ele gritou pulando a mesa para chegar do outro lado onde estava a garota.
Acomodou a garota nos braços e pôs a mão em sua testa.
- Está gelada...
- Ei, garotos! Eu não disse que voc...ei o que aconteceu?
O bibliotecário havia ido para reclamar do grito de Naruto mas, ao chegar, se deparou com o motivo dele e se aproximou rapidamente de onde estavam.
- O que houve?
- Eu não sei. – falou ele angustiado – Ela simplesmente caiu desmaiada.
Muitos estudantes que estava ali àquela hora se aproximaram para ver o que estavam acontecendo.
- Ei, o que vocês estão olhando? – esbravejou o bibliotecário – Saiam daqui!
Atraídos pelo barulho da biblioteca, o time de Hinata deixou o deposito de livros e se dirigiram para o centro do tumulto.
- Ei! – exclamou Yumi abismada – É a Hinata-sensei ali no chão!
E correram para tentar saber o que acontecia. Naruto parecia não saber o que fazer naquela hora, estava desesperado ainda segurando a garota nos braços e tentando, em vão reanimá-la.
- Hinata? Hinata, fale comigo. Acorde por favor!
- O que houve com a Hinata-sensei? – perguntou Yumi depois que finalmente conseguiram chegar perto dos dois.
- Eu não sei...
Naruto só sabia que precisava tomar uma atitude. Não podia ficar ali na frente de todas aquelas crianças como um retardado e não fazer nada para ajudar Hinata.
“E-Eu me preocupo com você...” as palavras dela voltaram à sua mente. Ele precisava agir.
– Makoto, vá ao hospital de Konoha e procure Haruno Sakura e diga a ela que eu estou chamando-a urgentemente aqui. Yumi ajude o bibliotecário...
- Meu nome é Keigo.
- Que seja, ajude o Keigo a colocar esse povo todo pra fora, eles atrapalham, e Suzumi, me ajude trazendo um pouco de água para Hinata.
Instintivamente todos obedeceram Naruto sem contestar. Para não deixar Hinata inconsciente no chão, ele a deitara no banco onde ela estava sentada antes. Lembrava vagamente do que Sakura tinha lhe dito sobre o que fazer com pessoas desacordadas.
- Bem, começamos folgando as roupas. – ele falava para si mesmo – Hinata me desculpe, mas vou ter que abrir o botão de sua calça.
E ele assim o fez. Desabotoou o botão da calça da garota e abriu também seu colete de jounin, retirando-o em seguida.
- Vamos Hinata, abra os olhos! Não faça isso comigo, não me deixe preocupado.
Sakura não demorou a chegar. Estava preocupada por que o garoto que Naruto mandara não soube explicar muito bem o que tinha acontecido direito, mas parecia que alguém tinha passado mal na biblioteca.
Quando ela chegou o aposento já estava vazio exceto pelo time três, Keigo e Naruto que tentava reanimar Hinata com água.
- Hinata? O que aconteceu?!
- Eu também quero saber por isso te chamei.
A médica se aproximou com a maleta depositando ela do lado do banco onde Naruto tinha colocado Hinata e passou a examiná-la rapidamente.
- Ela está com a pressão baixa, por isso está tão fria.
- E o que vamos fazer?
- Você, nada. Eu vou reanimá-la. Depois verei o motivo do desmaio.
Tirando um frasco de dentro da maleta, Sakura começou a passar uma pomada de cheiro forte na testa e nos pulsos de Hinata. Depois, pegou o copo de água que Suzumi ainda segurava e colocou um remédio de cor verde nele.
- Naruto, me ajude aqui. Segure a Hinata enquanto eu dou esse remédio a ela. E cuidado. Não pode mexê-la. Ela irá sufocar se dermos o remédio de forma errada.
Naruto segurou Hinata cuidadosamente enquanto Sakura abria sua boca e despejava o líquido verde. Não demorou muito para que a garota desse os primeiros sinais de consciência.
- Naruto-kun... – ela chamou com os olhos ainda fechados.
- Eu estou aqui.
Ela lentamente abriu os olhos. Sua mente demorou a assimilar o que estava acontecendo. Apenas viu que estava sendo segurada por Naruto e que todos, inclusive Makoto, a olhavam preocupados.
- O que aconteceu? – perguntou confusa.
- É isso que queremos saber. – falou Sakura sorrindo docemente para ela – Fique quietinha enquanto eu te examino.
Sakura passou a mão, que resplandecia de chakra, sobre a testa de Hinata e falou aliviada alguns momentos depois:
- Ah, nada de grave. Anemia.
- Anemia? – perguntou Naruto.
- Sim, anemia. Parece que esta mocinha não tem comido bem ultimamente... Não é mesmo?
Hinata ficou escarlate, e encostando as pontas dos dedos murmurou:
- Não exatamente...
- É mesmo, então me diga: o que foi seu almoço?
- Apenas um lanche – quem respondeu foi Naruto se sentindo culpado – Bolinhos e suco.
- E de café da manhã? – insistiu Sakura.
- Bem...nada. – respondeu envergonhada Hinata, sabendo que o melhor, naquele momento, era falar a verdade.
- Viu? Não disse? Você deve se alimentar direito, Hinata! Senão como você terá forças para ensinar ao imbecil do Naruto?
- Eiiiiiiiiiiiiii!!!! – reclamou Naruto. – Eu não sou um imbecil! Sou, Hinata? – perguntou incerto.
- Claro que não! – ela se apressou a responder.
- Viu? A Hinata não me acha um imbecil!
- A opinião dela não conta. – sentenciou Sakura enquanto escrevia algo em um receituário – Aqui está, Hinata. Uma dieta para você seguir rica em ferro e vitamina C e o nome de um tônico que você pode adquirir lá na loja do clã Nara. E daqui a duas semanas quero examinar você de novo. – e começou a arrumar suas coisas para ir embora.
- Ei, Sakura. Por que você disse que a opinião da Hinata sobre mim não vale? – perguntou Naruto indignado.
Sakura o olhou seriamente.
- No dia que VOCÊ conseguir responder essa pergunta, deixará de ser um imbecil.
E saiu deixando Naruto confuso e Hinata extremamente envergonhada.






Capitulo VI – Perda de tempo

“Hum, então a resposta dessa é cinco... Hora de ir pra próxima.”
Naruto estava debruçado sobre uma pilha de livros, com seu caderno aberto e um monte de folhas amassadas no chão. Na parede, um calendário marcava o dia D, a data da prova em tinta vermelha, 19 de dezembro. Um pouco mais a frente, no dia 27, ele fez questão de fazer uma outra marcação. Dessa vez em tinta azul, estava escrito “Aniversário de Hinata”. Ele já estava pensando no que daria de presente pra ela. Afinal, já que ela estava ajudando tanto, merecia alguma coisa melhor. Até já tinha tirado um dinheirinho de Gama-chan e colocado em um pote de ramen vazia para não correr o risco de gastar tudo.
“Tenho que pedir uns conselhos a Sakura-chan. Nem imagino o que possa dar de presente para Hinata. Nunca dei presente para nenhuma menina...”.
Tirou mais um livro que estava debaixo da pilha em sua mesa e começou a responder a questão seguinte. Seu quarto era bastante iluminado pelo sol, então Naruto estudava com as janelas abertas. Porém, mal havia começado a responder, quando percebeu que a luz que vinha da janela fora bloqueada por uma sombra. Ao olhar em direção ao local, viu um anbu, que trazia em seu rosto uma máscara de pássaro e estava de cócoras na janela olhando para ele. Naruto sorriu.
- Bom dia, Uchiha Pardal. – debochou – Está tão necessitado de um poleiro que decidiu usar minha janela?
Sasuke tirou a máscara e fez uma cara nada satisfeita.
- Se eu decidisse transformar sua janela no meu poleiro, eu traria “Mil pássaros” para visitá-lo. – respondeu fazendo referência ao seu golpe Chidori.
Naruto caiu na risada.
- Depois que você entrou na anbu, perdeu o costume de usar a porta, Sasuke?
- Tsc. – resmungou pulando para dentro do apartamento do amigo. – Vim ver se era verdade os boatos.
- Que boatos? – quis saber Naruto.
- Que você criou vergonha na cara e decidiu estudar.
- Hehe, você está um pouco atrasado. Já fazem duas semanas que eu comecei.
O líder da anbu se aproxima da mesa onde o amigo permanece sentado, pega seu caderno e começa a folheá-lo displicentemente. Parecia querer conferir a veracidade do mesmo.
- Sua letra continua horrível.
- Me processe, então.
Devolvendo o caderno, passa andar vagarosamente pelo quarto, como se procurasse conhecer o terreno para uma eventual fuga.
- Se está procurando alpiste, não tenho.
Sasuke fez que não ouvira a gracinha e continuou andando pelo quarto até parar de frente para o calendário.
- Dia 19... não está longe.
- Duas semanas exatamente. E eu ainda tenho tanto o que estudar...
O olhar de Sasuke se deteu no dia 27.
- Onde está Hinata? Achei que ela estava te ajudando. Inclusive fui na biblioteca e vocês não estavam lá.
- É, como hoje era só revisão, ela fez um exercício para que eu respondesse enquanto ela ia visitar Kurenai-san. Vou entregar mais tarde para que ela corrija.
Saindo da frente do calendário, o rapaz parou de frente para o que estava sentado e deu um “pedala” em seu pescoço.
- Ai! Por que você fez isso?!
- Estou te desejando boa sorte.
- Que forma estranha de desejar boa sorte...
- Não quer dar um passeio lá fora? O sol está bonito.
- Num posso – choramingou Naruto – Tenho ainda 43 questões para resolver. E eu que achava que Iruka-sensei era exigente. Hinata tem aquela carinha de anjo, mas passou 50 questões para que eu resolvesse em uma manhã.
- Vou me lembra de comprar um presente para ela dia 27 para agradecê-la por estar te torturando – e se encaminhando para o armário, remexeu nele e tirou uma embalagem de cup nuddle e pôs água quente nele.
- EIIIIIII!!!! O QUE VOCÊ PENSA QUE TÁ FAZENDO?!
- Ué? Você não disse que não tinha alpiste? Então estou comendo isso...
- Mas esse era meu ultimo ramen de camarão!!!!
- Me processe.
- Chato. Vamos dar esse passeio antes que você decida comer meus ramens de carne de porco...
- Opa, tinha de carne de porco?
- PODE IR TIRANDO ESSES OLHOS DE PASSARINHO DE MEUS RAMENS DE CARNE DE PORCO!!!!!
Sasuke limitou-se a rir e comeu o ramen de camarão diante do olhar desolado de Naruto. Depois, eles foram andar pela vila, e acabaram tomando o rumo do bosque na área de treinamento.
- Você tem tido muito trabalho, né, Sasuke?
- Sim. As missões são cada vez mais difíceis. Se não fosse meu Sharingan, eu não poderia fazer metade delas.
Em frente a eles surgiu um local de treinamento composto por três troncos de árvores, que ficavam em frente a um memorial, onde estava gravado o nome dos mártires da vila. Param em frente ao memorial e ficaram calados durante algum tempo.
- Você lembra de quando nos tornamos genins? – falou Sasuke quebrando o silêncio.
- Claro que lembro. Vocês foram embora e me deixaram amarrado naquele tronco do meio. Se o Iruka-sensei não tivesse vindo me desamarrar de noite eu acho que estaria lá até hoje.
Eles riram um pouco.
- Bons tempos aqueles. Nossas missões se resumiam a pegar gatos de estimações e ajudar em colheitas de arroz. Mas tudo mudou depois daquele exame chunin.
- Por que estamos lembrando disso, Sasuke?
- Eu quero ter uma conversa séria com você, Naruto. Uma conversa de homem pra homem.
- Nossa, deve ser sério.
- É sobre eu, você e a Sakura.
A expressão de Naruto mudou assustadoramente ao ouvir isso. Mas apenas conseguiu ficar parado olhando para o amigo.
- Não há o que discutir sobre nós, Sasuke. – disse finalmente.
- Sim, há. Eu sei que você sempre gostou da Sakura. Desde que nós éramos crianças.
- E o que isso importa agora? Vocês estão juntos. Eu sempre soube que era isso que ela desejava. Só quero te fazer uma pergunta Sasuke: e você, o que sente por ela?
Sasuke deu dois passos na direção de Naruto.
- Eu sabia que você iria querer ouvir isso da minha boca. Durante essas duas semanas eu esperei você me procurar para questionar isso, desde que você viu nosso beijo. Sim eu te vi lá – acrescentou quando viu a expressão surpresa de Naruto - Mas a Sakura não. Então eu esperei, mas você não veio. Então eu soube que você tinha recebido essa proposta para mudar de nível, e que estava tendo aulas com Hyuuga Hinata. Tanto que, quando a Hokage-sama decidiu convocar o time três para catalogar os livros no intuito de fazer com que ela tivesse mais tempo com você, eu fiz questão de ir eu mesmo chama-la. Mas eu não poderia falar com você na frente dela.
- Então esperou ela ir visitar a Kurenai-san para me encontrar sozinho.
- Exatamente.
- Por quê, Sasuke?
- Por que você é meu melhor amigo, é mais que um irmão pra mim. Eu me vejo na necessidade de te explicar.
- Você não precisa me explicar nada, Sasuke. Eu quero que você e a Sakura sejam felizes. Mas se é pra te fazer se sentir melhor, estou ouvindo.
- Quando eu voltei para a Vila de Konoha, há três anos atrás, nem todos me receberam de braços abertos como você, a Sakura ou o Kakashi-sensei. Para a maior parte da vila eu era um traidor que deveria ser executado. E eu não os culpo por pensar assim. Eu mesmo achava que minha punição deveria ser a morte, por tudo que eu havia feito vocês sofrerem. Mas a Hokage não pensava assim. Ela decidiu me dar uma chance que nenhum outro kage daria para um paria. Todavia, a justiça devia ser feita, seja para manter o status da Vila perante as demais, ou para dar exemplo às crianças, e serem evitados problemas futuros. Eu, então, fiquei preso durante um ano. Um longo e tenebroso ano.
Naruto ainda lembrava disso. Estava muito vívido na sua mente para ser apagado. Sasuke algemado, numa cela fria, sendo submetido a todo tipo de interrogatórios e torturas. Jamais esqueceria das lágrimas derramadas pela Sakura sempre que iam visitá-lo na prisão. Ele mesmo se pegara chorando várias vezes pelo sofrimento do amigo.
- No fim daquele ano, eu fui solto. Mas ainda oferecia risco. Foi colocado um grupo da anbu para me vigiar de perto, todos meus passos. Só me foram designadas missões pequenas, sempre na companhia de Kakashi-sensei, mas com ordens de que, ao menor sinal de traição, eu fosse executado. – Sasuke falava das experiências não como algo doloroso, mas como uma lição que ele havia aprendido, mesmo que de forma difícil. – Então, houve aquele ataque ao Daymio. Eu fui designado para ir sem o Kakashi-sensei dessa vez. E completei minha missão com sucesso absoluto. Comecei a retomar o respeito da Vila, e a Hokage-sama convenceu os conselheiros a me entregaram novamente os bens de minha família. Hoje sou o chefe da anbu. Toda vila me reconhece. Meus tempos de dor acabaram. Sabe por quê?
- Não.
- Por que cada vez que o ódio tomava de conta de mim novamente, eu lembrava das lágrimas da Sakura derrubadas por minha causa. Quando saí daquela prisão dois anos atrás, jurei que nunca mais a faria chorar. Jurei também que jamais ia esconder uma coisa dela, ou de você. Que, a partir aquele momento, eu seria sincero com meus sentimentos e com meus amigos. Depois disso, eu sempre estava perto dela, sempre sendo aquela pessoa que eu queria ser e que não me permitia antes. Foi quando eu descobri que a amava. Amava como nunca tinha amado ninguém. E quando eu disse isso a ela, ela em abraçou e disse que ainda me amava também. E foi quando você nos viu. Eu não quebrei minha palavra. Estou sendo sincero com você. Você tem todo direito de me odiar. Mas eu jamais odiarei você... meu amigo.
Naruto não sabia se batia em Sasuke ou se o abraçava. Preferiu uma terceira opção. Apertou a mão do amigo fortemente e olhou dentro dos olhos dele.
- Eu não poderia jamais odiar você.
Sasuke sorriu aliviado.
- Só faço uma exigência.
- Exigência? – perguntou Sasuke surpreso.
- Eu quero ser o padrinho do casamento e do primeiro filho.
- Isso são dois pedidos, seu burro!
- Ah, não importa. Então?
- Claro que sim. Mas quem seria a madrinha?
- Hum... Sei lá. Vocês poderiam chamar qualquer pessoa.
- A Hinata? – perguntou Sasuke maliciosamente.
- Pode ser. – respondeu Naruto sem se tocar do real sentido da frase.
Vendo que ele ainda não havia percebido nada, Sasuke pergunta sem cerimônia:
- Naruto, você nunca reparou na forma que a Hinata te olha?
- Hã? Por que? O que é que tem a forma que ela me olha?
- Você nunca percebeu que ela te olha de uma forma especial?
Naruto coçou o queixo pensativo.
- Na verdade, ela nunca me olhou nos olhos. Sempre que eu a encaro,ela desvia a vista. Eu gostaria saber porquê...
Sasuke não acreditava que ele ainda não tinha notado os sentimentos de Hinata por ele.
- Cara, tu é muito burro!
- Ei, por que você ta dizendo isso comigo?
- Ora, porque é verdade! Deve ser por isso que você é um genin ainda! Incompetente.
- Venha aqui que eu te mostro o incompetente. – E correu em direção a Sasuke.
Sasuke, rindo da cara de Naruto, dá as costas e começa a correr de volta à vila.
- Volta aqui covarde! – bradou Naruto.
- Me pegue se você é capaz! Como você quer virá um jounin se não for capaz de me pegar?
Naruto agora vinha atrás dele, saltando e tentando pega-lo.
- Haha, errou. Errou de novo. – ele repetia cada vez que Naruto errava o golpe – Você não está perseguindo qualquer um. Sou o chefe da anbu. E você um mero genin.
- Quando eu for hokage você não será nem gari em Konoha!
- Ah, então posso ficar tranqüilo, meu emprego ta garantindo. Você nunca será Hokage mesmo...
-ARGH! Maldito!!!
E assim foram os dois amigos, disputando, como sempre fora.
*************************
Hinata olhava as flores pensativas. Não sabia quantas deveria levar. Mais a frente, Suzumi e Yumi escolhiam um cartão discutindo se deviam levar um que cantava ou um normal mesmo. Makoto estava parado na porta ansioso, sem participar de nada.
- Não dá pra se resolver logo? Vocês mulheres são muito indecisas.
- Eu diria que vocês homens são insensíveis, mas não sei se você se enquadra na categoria “Homens”. – Suzumi revidou.
- Ora sua...
-Será que vocês podem dar uma trégua? – exigiu Yumi – Vamos visitar nossa sensei, não é hora de briga.
- Será que posso ajudá-los?
Ino entrou na floricultura com seu habitual avental florido. Também trazia um regador em uma das mãos.
- Oh, Ino-san. Estamos olhando flores para levar para Kurenai-sensei, mas não tem das que ela gosta...
- Margaridas, certo? – Ino sorriu – Tivemos que fazer pedido na cidade vizinha porque Asuma-sensei levava um buquê todo dia e acabou o nosso estoque. Vocês estão com sorte, a nova remessa acabou de chegar.
- Que coisa boa! – exclamou Yumi satisfeita – Vamos levar quantas Hinata-sensei?
-Leva só uma mesmo – opinou Makoto – A Ino não disse que ela já ganha um buquê todo dia?
- Quem te deu permissão de falar? – indagou Suzumi dando um chute na bunda do garoto.
- Ei, eu já mandei parar! – reclamou Yumi.
- Eles são sempre assim? – perguntou Ino rindo a Hinata.
- Sempre. – ela suspirou – Têm tanta energia que às vezes não sei o que fazer com eles...
- Mas você deve está fazendo um ótimo trabalho, já que deve ser fácil ensinar esse aí se comparado a ensinar o Naruto, não é?
Hinata corou com o comentário.
- C-Como v-você s-sabe?
- Ora, quem não sabe? Não precisa ficar envergonhada. Então, serão quantas flores?
- Ah... Duas dúzias, por favor.
- Ok, duas dúzias de margaridas saindo!
Em pouco tempo as flores estava nos braços de Hinata. Era um lindo buquê. Ino havia caprichado.
- Tudo isso? - se surpreendeu Makoto – Deve ter sido muito caro!
- Deixa de ser mão-de-vaca! – reclamou Suzumi.
- Não se preocupem. – falou Hinata – Eu pago as flores. Vocês escolhem um cartão. – Hinata pagou as flores e as garotas, o cartão.
Quando estavam saindo, Yumi esbarrou acidentalmente em alguém que vinha entrando.
- Opa, desculpa.
- Não se preocupe ruivinha. – falou Sai docemente – Oh, Hinata-sama. Como vai o clã? Soube que você irá se tornar a líder em breve.
- Olá Sai-san. O clã vai bem. – seu estômago apertou um pouco.
- Querido! – exclamou Ino se jogando nos braços dele – Você demorou hoje! Já estou quase pronta! Vou só chamar minha mãe para ela ficar aqui na loja.
Antes de saírem, Hinata ainda viu de relance o beijo dos dois. Ficou extremamente sem jeito. Todos em Konoha parecia estar namorando agora.
Não demorou muito para que chegassem na nova casa de Kurenai. Desde que ela se casara com Asuma, tinha ido morar na propriedade do clã Sarutobi.
- Opa, visitas! – exclamou Konohamaru quando os viu chegando. – Podem entrar. – convidou abrindo a porta.
- Obrigada, Konohamaru-kun. – agradeceu Hinata.
Konohamaru os acompanhou até onde Kurenai estava descansando. Sua barriga já era bem evidente por baixo do kimono. Ela, contudo, parecia bem feliz apesar dos quilinhos a mais, e sorriu largamente quando eles entraram na sala de chá.
- Que surpresa! – Não esperava vocês tão cedo por aqui. Soube do trabalho na biblioteca...
- É, aquele trabalho horrível! – reclamou Makoto.
- Claro que você não gosta. Na hora de colocar os livros em ordem alfabética você me perguntou qual letra vinha depois do C... – debochou Suzumi.
- Mentirosa!
- Parem de brigar na frente da Kurenai-sensei! – reclamou Yumi.
Kurenai caiu na risada.
- Vocês não mudaram nadinha! Como vai, Hinata? Ah, margaridas! – exclamou recebendo o buquê das mãos de Hinata. – Muito obrigada. Que cartão lindo!
- Nós escolhemos. – exclamaram as meninas juntas. – E ele canta musiquinha – acrescentou Suzumi.
Kurenai abre o cartão e sorri ao ouvir os acordes da música de Rythem, Harumonia (2º encerramento de Naruto =D).
- Que lindo. Deixe-me ler.
Estava escrito: “Kurenai-sensei, sentimos sua falta apesar de adorarmos a Hinata-sensei. Esperamos ansiosamente que seu bebê nasça logo e seja uma menina! Com amor, Yumi, Suzumi e Makoto”.
As lágrimas nublaram os olhos de Kurenai. Estava muito feliz com a preocupação de seus alunos. Era muito bom ser querida.
- Amor – uma voz chamou fora da sala. – Vai querer doces?
Asuma entrou na sala fumando seu cigarro rotineiro.
- Olá. - ele cumprimentou todos – Nossa, meninas, que flores bonitas! Eu nunca consigo escolher as melhores – lamentou – Vou pedir pro Konohamaru colocar elas num vaso.
E tirando o buquê do braço de Kurenai, piscou para ela.
-Não precisa chorar querida. Você merece cada centavo que eles gastaram nesse buquê.
Todos caíram na risada, inclusive o próprio Asuma.
- Você está indo comprar doces? – perguntou Kurenai.
- Claro, nossas visitas merecem o melhor tratamento! E também aproveito e compro meu cigarro. Desde que você engravidou que to fumando duas vezes mais. Não há carteira que agüente... Esse negócio de ser pai me deixa nervoso...
Kurenai sorriu para ele.
- Leve os garotos com você para comprarem os doces também. Assim eles garantem que você traga bastante.
- Ok. Quem quer ir comigo?
- EU!! – gritaram os três.
- Ótimo! Vamos! – e saiu levando todo time e deixando Kurenai a sós com Hinata.
- E então, – começou Kurenai logo que todos saíram – como vai o time três?
- Eles sentem sua falta. – foi o que Hinata respondeu.
- O Makoto reclama muito?
- O tempo todo.
- Então você está fazendo um ótimo trabalho. Essa é a forma que ele tem de elogiar.
- Então ele me elogia o tempo todo. – suspirou Hinata.
- Hinata, ouça: eu fiz parte do time do pai do Makoto. Eu te garanto sem sombra de duvida que ele é idêntico ao pai. Ele critica as pessoas procurando atrair a atenção delas para si próprio. Questão de insegurança. Mas eles só fazem isso com pessoas que admiram. Quando Makoto foi designado para o meu time, sabe qual foi a primeira coisa que ele me disse?
- O quê?
- “Meu pai disse que você não era boa o suficiente para me ensinar”.
- Sério?! – perguntou Hinata surpresa.
- Sério. Mas eu sabia muito bem que era só uma forma de dizer “meu pai te admira” já que eu salvei a vida do pai dele várias vezes. – Kurenai sorri – Ele nunca me perdoou por isso.
- É muito bom te ver tão bem Kurenai-sensei.
Após essa frase, Kurenai ficou subitamente séria. Havia algo que ela precisava falar com Hinata sem interrupções, por isso pedira para Asuma levar as crianças.
- Hinata, seu pai sabe?
- Hã? Sim, eu falei para ele que viria te visitar.
- Não é isso. Quero saber se ele sabe que você tem ensinado o Naruto o dia todo.
Hinata fica vermelha e desvia olhar.
- Bem, deve saber já que todos na vila parecem que só falam nisso...
- Bem, você não pode culpá-los de achar tudo interessante. A herdeira do clã mais importante de Konoha saindo com o portador da Kyuubi. Realmente um belo assunto.
- N-Nós n-não e-e-e-estamos s-saindo. Só e-e-estudando...
- Ele não tem te levado para casa nos últimos dias?
- B-bem isso porque eu desmaiei há alguns dias e ele ficou preocupado. Só isso.
- Então devo supor que você não se declarou?
Ela balançou a cabeça negativamente.
- Como eu suspeitei. Você está perdendo tempo, Hinata. Talvez seja a última oportunidade que você tenha. Depois que você for a líder de seu clã talvez não tenha como fazê-lo.
- Não vamos falar nesse assunto de clã, sensei. Por favor. – pediu humildemente.
- Claro. Se você não quer falar eu entendo. Mas quero te dar um aviso: corra atrás de sua felicidade. Não espere que as coisas caiam do céu.
- Obrigada pelo conselho, sensei. – disse ela se curvando.
- De nada Hinata. Estou muito feliz por você. Está virando uma mulher, mesmo que continue tímida como uma menina. E não precisa mais me chamar de sensei. Somos amigas agora.
Hinata não agüentou. Não soube explicar por que, mas abraçou sua antiga professora, chorando como nunca havia chorado em sua presença. Kurenai alisou seus cabelos e deixou que ela se acalmasse. Depois de alguns minutos, a garota se separou da futura mamãe.
- É menina ou menino? – perguntou procurando desviar a atenção das lágrimas que ainda manchavam seu rosto.
- Menina. – respondeu calmamente – Mas o Asuma não sabe, então é segredo. Certo? – pediu piscando o olho.
- Certo.
Nesse momento ouviram o barulho de pessoas na porta.
- Ótimo, os doces chegaram. – ela exclamou feliz ouvindo a voz de Asuma. – Agora pode botar um sorriso nesse lindo rosto. Nada de tristeza!
Hinata sorriu limpando as lágrimas. Não importa o que acontecesse, ou quantos títulos ganhasse, para ela, Kurenai sempre seria sua sensei.

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